Hoje
iremos falar sobre o Transtorno de Pânico, um tipo de transtorno ansioso que é
caracterizado pelo medo que o indivíduo processa sobre sinais ou sintomas
–ameaçadores - no próprio corpo. O medo é imprescindível para a sobrevivência
humana. Algumas pessoas, porém, têm a vida dominada por esse sentimento, que se
manifesta em crises súbitas e intensas de desespero. Tratamento médico e
Psicoterapia ajudam a controlar os sintomas e evitar que a ansiedade tome
conta.
Adaptativo
e primitivo, o medo se inicia quando reconhecemos uma ameaça e se dissipa logo
que ela cessa. A ansiedade por sua vez, está associada a antecipação. Ela é
natural e nos prepara para enfrentarmos uma situação que nos desafia ou nos
preocupa, como provas, entrevistas, resultados de exames médicos. Nesses
momentos, é normal sentir o coração acelerar, a transpiração aumentar, uma
agitação e mesmo a insônia. Quando o problema é resolvido ela vai embora. Já a
ansiedade patológico não desaparece. Ela nos imobiliza e, para não ter de
enfrentá-la, fugimos das situações, pois em termos primitivos, nosso cérebro
frente as adversidades foge ou luta. É crônica e vem sempre acompanhada de
sintomas como palpitação, sudorese, tontura, sensação de estranhamento,
diarreia. Lembrando que só pode ser considerado transtorno quando sua
intensidade duração e frequência são notórias e causam um prejuízo
biopsicossocial para o sujeito.
Em
alguns casos a ansiedade pode se manifestar em crise abrupta e intensa – um
ataque de pânico. Uma onda de sensações desagradáveis, como impressão de
asfixia, dor no peito, dormência dos membros, receio de perder o controle ou
enlouquecer, ou mesmo de morrer, que se inicia e atinge seu pico em poucos
minutos. As crises podem ocorrer de forma isolada ou ter relação com algum
transtorno de ansiedade. Ataques recorrentes, acompanhados pela preocupação
frequente de sofrer novas crises – e as possíveis consequências, muitas vezes
imaginárias, que a pessoa pode ter, como um infarto ou morte. Por causa das
semelhanças com os sintomas de problemas cardiorrespiratórios, muitas pessoas
com ataques de pânico vão parar no pronto-socorro ou passam por consultórios
médicos de diferentes especialidades antes de procurar um psicólogo ou um
psiquiatra, pois acreditam veementemente ter algum problema sério. Na verdade é
um problema sério, mas seu foco de origem está em questões psíquicas e
emocionais, na maioria das vezes precedida por um pensamento mal adaptativo sobre
os sintomas percebidos, onde o sujeito tem a falsa crença de que pode sofrer
realmente de problemas cardíacos ou irá morrer. Paradoxalmente ao fazer exames
de rotina, constata-se não haver problemas de saúde de ordem física. É três
vezes mais comum em mulheres e surge com mais frequência no início da vida
adulta.
Portanto,
além de procurar ajuda de um psicólogo e/ou psiquiatra, é importante frente aos
primeiros sinais, o exame dos pensamentos, se eles estão sendo catastróficos ou
distorcidos. O relaxamento através da respiração lenta e profunda – inspire
pouco ar pelo nariz, devagar, contando até três, prendendo um pouco a
respiração, sentindo o abdômen inflar e soltando lentamente pela boca contando
até seis - afim de desfocar os pensamentos e literalmente relaxar o corpo,
ajuda o sujeito acalmar-se e voltar a focar na realidade. A pratica de
atividades físicas mexe com o corpo e melhora o humor, relaxando e cansando
mais, aumentando a oxigenação cerebral e liberando substância benéficas para
evitar tais crises.
Termino
este texto com uma citação do pensador Sêneca: “Há mais coisas que nos assustam
do que coisas que efetivamente nos fazem mal; afligimo-nos mais pelas
aparências do que pelos fatos concretos”.
Marcel Ricardo Polizelli
é Psicólogo Clínico e Organizacional na Clínica Pró-Saúde, Professor de
Psicologia, Neuropsicologia e Psiquiatria e Palestrante – Tel.: (18) 3281-3360
/(18) 99621-2927 Rua: Antônio Venâncio
Lopes 5-27 – Email. marcelricardopolizelli@hotmail.com
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