domingo, 5 de janeiro de 2014

A ORIGEM DO PALHAÇO - Uma homenagem ao nosso palhaço particular, o "Patota"


Pesquisas feitas com pinturas de cerca de 5.000 anos na China, mostram algumas figuras de acrobatas e equilibristas. A partir dessa descoberta, surge a hipótese de que o circo tenha nascido em terras chinesas. Outra evidência disso é que na época, os guerreiros utilizavam a acrobacia como forma de treinamento para dar mais agilidade e força durante as guerras. Na Grécia, eles eram chamados de stupides e os cicirus, depois vieram as denominações, os bobos da corte, grotescos, saltimbancos, e os fools.

Na commedia dell'arte apareceram, de certa forma, resquícios da dupla de cômicos, os zanni, servos da commedia dell'arte, cuja relação se aperfeiçoará nos palhaços. A eles cabia a tarefa de provocar o maior número de cenas cômicas, por suas atitudes ambíguas e suas trapalhadas e trejeitos. Existiam dois tipos distintos de zanni: o primeiro fazia o público rir por sua astúcia, inteligência e engenhosidade. De respostas espirituosas, era arguto o suficiente para fazer intrigas, blefar e enganar os patrões. Já o segundo tipo de criado era insensato, confuso e tolo. Na prática, porém, havia uma certa "contaminação" de um pelo outro. O primeiro zanni é mais conhecido como Brighella, e o segundo como Arlecchino.

O palhaço, como conhecemos, surgiu junto com a formação do circo, por volta do ano de 1776, onde os espetáculos seguiam rígida disciplina militar, a caixa dava o ritmo e tudo corria num tempo exato. Para quebrar essa estrutura e assim valorizar a peripécia de seus artistas surge o primeiro palhaço, o recruta atrapalhado, o contraponto.


O caminho é o auto conhecimento, aceitar os seus ridículos, rir disso e oferecer generosamente ao outro. ”É preciso perder a dignidade pra poder alcançar outro grau de dignidade, onde a generosidade e a fragilidade se fazem presentes”. Contudo, para alcançar esta plenitude, é preciso estar livre das máscaras sociais que adquirimos com o passar do tempo. Um bom exemplo, são as crianças por volta de seus cinco anos - a forma como elas se comunicam com os pais e irmãos, é a mesma como se comunicam com o padeiro da esquina, amigos e outras pessoas de suas relações. Nesta fase, geralmente, elas são livres, soltas, criativas, sem terem sido contaminadas pelas sutilezas ou conveniências sociais. Inquietando o mundo com sua franqueza espontânea. Lembram -se da história da Roupa nova do Imperador? É este olhar sincero, preciso, inconformado, a desvelar não apenas a nudez do rei, mas toda uma farsa ideológica.

Por isso, para o palhaço, as crianças são professores, já que aquele é um observador da vida. Ele está sempre pronto para captar um flagrante que para os outros passaria despercebido.


Para as Crianças então, ele é uma face de sua própia identificação, um prêmio para alma, imagem que permanece no seu mundo pelos anos afora! A elas que começam a aprender a se relacionar com a ordem e as regras básicas da convivência em sociedade, o palhaço é um cúmplice. Ele se atrapalha, ele não sabe, ele erra. Então a criança ri porque se identifica, e ao mesmo tempo começa a exercitar seu olhar critico. Rindo ela se sente inserida no mundo das regras.

O palhaço pode significar uma porção de coisas. Para alguns, apenas um idiota pintado, para outros, um artista que faz rir... Mas ele significa muito mais que isso...

O palhaço sempre existiu! Sujeitos atrapalhados, lesos, capazes de espertezas infantis, ágeis e “songa” ao mesmo tempo. O palhaço é uma mentira. Ele é bobo esperto. Romântico, lírico e capaz das maiores vilanias. Ele pode ser cruel e delicado, ingênuo e pícaro.

O trabalho de criação de um palhaço é extremamente doloroso, pois confronta o artista consigo mesmo, colocando à mostra os recantos escondidos de sua pessoa; vem daí seu caráter profundamente humano.

O palhaço veio de um lugar onde o riso desfaz as tensões e aproxima o homem. O palhaço é a exposição do ridículo e das fraquezas de cada um. Logo, ele é um tipo pessoal e único. O palhaço é a mais enlouquecida expressão do cômico. O palhaço é anárquico por natureza.


Trata essa matéria de uma homenagem ao nosso palhaço particular, hilário e irreverente ao extremo, o palhaço "Patota". 

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